data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
No começo da noite da última sexta-feira, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), conversou com o Diário sobre os desdobramentos da pandemia que acometeu Santa Maria - que tem, ao menos, 5 casos confirmados - e, por enquanto, nenhum óbito.
O chefe do Executivo municipal respondeu alguns questionamentos diante do movimento de entidades e empresários pela reabertura gradual do comércio em Santa Maria:
Diário - O senhor estuda abrandar ou revogar alguma medida para a próxima semana, uma vez que o empresariado local já pressiona a prefeitura para que isso ocorra?
Pozzobom - Todas as decisões, desde que o nosso governo colocou a pandemia no radar da prioridade número 1 do município, têm sido tomadas de forma colegiada. Montamos um grupo, com o apoio do MPE, MPF, instituições de Ensino Superior, sociedade civil, e, principalmente, com o respaldo técnico de médicos infectologistas das redes pública e privada. Te digo que, hoje, temos três problemas. São eles: o início da pandemia, que é questão de dias para um boom em Santa Maria. O segundo, por tabela, será o tratamento dos doentes acometidos por essa doença terrível. Ou seja, por isso, estamos correndo contra o tempo para que as redes pública e privada estejam prontas para dar as respostas necessárias frente ao que ainda está por vir. E, terceiro problema, e igualmente importante, é a saúde econômica de Santa Maria. Por isso, na próxima segunda-feira, estarei ouvindo o nosso empresariado local.
Diário - Mas o senhor sabe que eles irão pedir uma abertura gradativa do comércio ao alegar que isso é possível com base no isolamento vertical. O senhor irá recuar?
Pozzobom - Não se trata de recuar. Mas, entenda, o nosso norte principal e único é um só: salvar vidas. Eu não quero ser o prefeito de Milão (em referência à cidade italiana onde o prefeito admitiu ter errado ao apoiar uma campanha para que a cidade não parasse quando a pandemia estava no começo na Itália). Não vou colocar, sob hipótese alguma, Santa Maria em risco. Não quero nem serei o prefeito de Milão. Não vou marcar meu governo pela negligência. Serei responsável até o fim disso. Se necessário for, apertarei mais o cerco.
Diário - Os médicos infectologistas têm dito ao senhor que se o senhor abrandar as medidas, o senhor ficará sozinho. Isso lhe preocupa?
Pozzobom - Eu não quero errar. Não posso me permitir isso. Farei, como tem sido até aqui, tudo que os médicos infectologistas me disserem. Reforço a ti e à população: vou agir de forma responsável. A cidade parou, eu sei. Não quero manchar meu mandato com mortes e ser apontado como negligente ou irresponsável. Não é momento de jogar para a torcida, vou zelar pela vida dos santa-marienses.